Como enfrentei (e superei) a depressão!
Minha maior dificuldade na depressão foi admitir. E sei que é assim com a maioria das pessoas. Dizemos que é qualquer coisa: irritação momentânea, ou problema de saúde, ou falta de dinheiro, desânimo temporário. A verdade é que um dia não temos mais vontade de sair da cama ou de casa, seja para dormir o tempo todo, ou simplesmente se deixar ficar ali. O mundo torna-se cinza, não temos mais objetivos, as coisas perdem o sentido, vai-se o também o apetite (ou vem uma fome sem fim), ansiedade demais, ou uma contínua letargia. As piadas não têm mais graça, aumenta a vontade de ficar sozinho, diminuem os sorrisos. Choramos por nada, nos cansamos por tudo. Até que alguém próximo nos coloca contra a parede: é tratamento ou tratamento.
Você sabia?
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (WHO em inglês) a depressão afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Houve um aumento de 18% entre 2005 e 2015, sendo a principal causa da incapacidade laboral do planeta. Em casos graves, pode levar ao suicídio. Por ser classificada como uma doença mental, quem desenvolve os sintomas tem medo ou vergonha de dizer, o que dificulta o tratamento.
E qual é o caminho?
No meu caso, fiz tratamento também com medicamentos. Apesar da minha mãe ter (ela trata direitinho e está ótima há anos) não imaginei que aconteceria comigo. Neguei muito, achei que era só tristeza e que se resolveria com oração e o ouvir da Palavra.
Quem me colocou na parede foi meu marido e confesso que foi a melhor decisão. Sempre achei que cristãos não poderiam ter depressão, era bem preconceituosa. Até ouvir a pregação de um pastor, que também é psicólogo, explicando diversos motivos para que essa doença ocorra. PRECISAMOS BUSCAR AJUDA! De Deus, da medicina, dos amigos e da família. É um “pacote de socorro”, pois as consequências podem ser sérias se não tratarmos.
A luz no túnel escuro
Lembro que o primeiro aspecto de melhora que percebi foi a vontade de comer um pedaço de bolo de fubá, rs. Quem me conhece sabe que amo bolo, e abandonei completamente isso e uma séria de outras coisas no auge da doença.
É um tratamento longo, pode haver alguns efeitos colaterais no caso de medicação (eu tive nas primeiras duas semanas), mas precisamos ser pacientes. Creio na cura de Deus, sempre, para qualquer doença. Mas creio também que Ele colocou médicos para tratar da gente (o meu, que também cuida da minha mãe, é uma bênção).
Creio que de qualquer coisa tiramos lições. O Senhor esteve sempre ao meu lado. E contei com a preciosa ajuda do meu marido, de duas amigas de trabalho próximas que foram um poço de paciência e apoio, e da minha cunhada (minha sister), que conversou bastante comigo.
Importantíssimo
Nunca, nunca, nunca ache que Deus te abandonou. Ele jamais nos abandona. Não deixe de ir à igreja, caso você frequente uma. Se tiver vontade de começar a ir, é a hora! O importante é não desistir, aceitar o apoio das pessoas queridas até que você ache alguma coisa que te tire desse quarto escuro. Acredite, vai aparecer!
Dessa fase ruim, e dessa doença tão incapacitante, saí uma nova pessoa, alguém que eu sempre quis ser. Mais alegre, mais paciente, mais amiga. Sou melhor companhia, gosto de ficar com as pessoas. Mudei meus conceitos, quebrei paradigmas. Criei o blog e me reinventei aos 46 anos. Não entendo o por quê de ter passado por isso, mas tirei lições. Tenho muitos planos e sonhos, e quero viver bastante, para realizar tudo. Quero ficar velhinha, com saúde, cheia de histórias para contar!
Deus tem um propósito em todas as coisas. Não deixe que a depressão atrase nada na sua vida, não permita que ela te impeça de viver. Busque ajuda, converse, não desista de forma alguma. Estenda sua mão para aqueles que te amam, e para Deus também. Ele cuidará de você, e te conduzirá para o caminho da cura!
Salmos 42:11 – Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.
Sugestão de leitura: Conversa Franca Sobre Depressão – Joyce Meyer
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